O que não tem tamanho.

Área, substantivo feminino.

Extensão mais ou menos limitada de espaço, território ou superfície.

Uma perfeita definição linguística da Área com caixa alta, de nome próprio. A Área substantiva, composta por uma maioria feminina sim. Uma Área simples, concreta, diversa e bem resolvida. Que se deriva, provém, procede, tem origem no interesse pelo público, pelo social, por um jeito próprio de pensar e fazer comunicação pelos e para os muitos coletivos com que interage.

A Área que não se limita a um espaço, está em vários lugares, criando, produzindo, veiculando, atendendo, planejando, administrando a comunicação em territórios que não são dela, mas para os quais ela mergulha com toda a sua profundidade, carregando na bagagem suas observações, seu conhecimentos múltiplos, seus compromissos e sua responsabilidade social.

A área da Área que tem também sentido figurado, quando exerce uma determinada atividade e vai além. É elemento de construção, um espaço descoberto na parte interna, para observar o mundo e traduzi-lo com a exatidão de uma comunicação líquida e certa.

A área edificada. Pátio de conversa e discussão. De debates acalorados e, quiséramos todos, mais vezes tranquilos. Nunca somos. Residimos e sobrevivemos na efervescência, na potência humana, na convivência sólida, no dia a dia de todos nós e de cada um.

E é daí que vem o crescimento ininterrupto do nosso saber. Nos conhecemos como a nós mesmos. E, por esta razão, somos sempre a ebulição da vontade de entender muito, fazer mais e atender melhor.

A área da Área é plana e ao mesmo tempo curva. Nossa superfície, delimitada por uma linha fechada, não é fácil de ser fisicamente transposta. Geralmente o que está dentro não sai e o que está fora entra, pela persistência e dedicação com que trabalhamos para que se junte a nós.

Somos medida, área de atuação. Somos a grande área onde a disputa de ideias se dá e ganha alcance para além. Somos mais do que conseguimos ser. Somos o que queremos ser e estamos onde desejamos estar.

Somos a Área vintênia, com toda a dor e a delícia de sermos uma área que não tem tamanho.

Autor:
Rachel Crescenti é jornalista formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e possui especialização em Comunicação em Políticas Públicas Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Trabalha com Comunicação Pública e Marketing Político e de Campanhas Eleitorais desde 2006.

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