ENFRENTAMOS UMA …

ENFRENTAMOS UMA BATALHA

Eu até gostaria de escrever sobre outro assunto. Geralmente meus textos são leves e fáceis, para alegrar um pouquinho o dia de quem os lê.

Mas como escrever um texto assim, quando o simples fato de respirar não está sendo fácil?

Não há como negar a crise climática que estamos vivendo quando o céu há dias não fica azul e o ar tem cheiro de fumaça. A crise está aí, sendo esfregada na nossa cara, ressecando nossa pele, secando nossas gargantas, fazendo sangrar nossos narizes, caso alguém ainda tenha dúvida.

Não, eu não vou falar sobre a culpa do governo X ou Y, do agronegócio, dos empresários gananciosos, dos malucos e criminosos que colocam fogo na floresta.

Mas ao mesmo tempo eu vou falar de todos eles, vou falar do homem – substantivo masculino mesmo – porque é essa palavra que representa a nossa espécie.

Como pode o homem, tão maravilhoso a ponto de criar coisas belíssimas nesse mundo, ao mesmo tempo ser tão irresponsável e perverso?

Como pode o homem, tão inteligente, não perceber que tamanha exploração desse planeta não vai dar em coisa boa?

Como pode o homem, tão ganancioso, não entender que em pouco tempo não haverá mais recursos, e sem recursos não haverá planeta, e sem planeta não haverá vida?

É tão básico, que eu não consigo entender. Juro.

Eu sou otimista (talvez meio boba mesmo) e quero crer que ainda dê tempo de nos salvar, por mais que alguns entendedores do assunto digam que não.

Quero crer que o homem perceba que é hora de parar agora! Que ações imediatas devem ser tomadas no mundo todo e que não é só o dinheiro e o poder que importam.

Os sinais da degradação do meio ambiente há tempos estão aí e são muitos. Mas vou citar apenas um, e que me toca muito. Vocês sabiam que somos a última geração que chegou a ver vagalumes?

Devido a alguns fatores como: perda do seu habitat, pesticidas, poluição luminosa e dos rios e mudanças climáticas, estes insetos simpáticos estão desaparecendo.

Me lembro de ficar encantada quando era criança e via vagalumes. Eles povoavam a minha imaginação, virando potentes lanternas nas minhas aventuras pelas matas da fazenda do vô Zé em Divinolândia, lugar que frequentava quando era pequena.

Minha filha de 14 anos nunca viu um vagalume e, provavelmente, nunca verá.

O que me leva a uma frase um tanto famosa:
“O homem é a mais insana das espécies. Adora um Deus invisível e mata a natureza visível, sem perceber que a natureza que ele mata, é esse Deus invisível que ele adora.”

A frase é de Hubert Reeves, astrofísico canadense, que faleceu em 13 de outubro de 2023, aos 91 anos.

Vale muito a pena conhecer a obra de Reeves (livros, filmes e documentários populares), que foi um notável narrador da história do Universo, sua grande paixão em vida.

E encerro esse texto, com a dúvida de muitos de nós, que por sinal é mais uma das declarações de Reeves:

“Enfrentamos uma batalha… Quem vencerá? Ninguém sabe.”

Escrito por:
ANDREA BUCCI
Diretora de Criação e redatora na Área Comunicação. Apaixonada pelas letras, escreveu um livro de poesias e um livro de minicontos. Nos seus mais de 20 anos trabalhando com publicidade, ganhou prêmios como: Prêmio Profissionais do Ano da Rede Globo, Prêmio ShowUp – Meio&Mensagem, Prêmio Voto Popular da Revista About, Fest Video APP, entre outros.

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