Microvídeos Para Comunicação Pública: Tendência ou Modinha?

Microvídeos para comunicação pública: tendência ou modinha? A pergunta está em pauta porque TikTok, Instagram Reels e YouTube Shorts mudaram a forma como consumimos informação. Se antes o cidadão tinha paciência para assistir a transmissões longas ou ler relatórios completos, hoje a disputa pela atenção exige mensagens rápidas, visuais e diretas. Mas será que esse formato realmente funciona para o setor público ou é apenas mais uma onda passageira?

A Força dos Microvídeos

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que a adesão é massiva. Segundo o relatório Digital 2024, os brasileiros passam em média mais de 90 minutos por dia em conteúdos curtos de vídeo. Isso significa que o formato já se consolidou como parte da rotina. Além disso, pesquisas mostram que informações transmitidas em até 60 segundos têm taxas de retenção superiores às de vídeos longos. Portanto, se o objetivo é explicar um serviço público ou engajar em uma campanha, o microvídeo pode ser uma escolha eficiente.

Como Usar no Setor Público

Prefeituras e conselhos de classe têm adotado o formato de formas criativas. Campanhas de vacinação, por exemplo, podem ser explicadas em passos rápidos com trilha sonora envolvente. Projetos culturais podem ganhar visibilidade com bastidores em formato vertical. Até mesmo comunicados institucionais podem ser traduzidos em linguagem acessível e visualmente atraente.

No entanto, o risco está em usar o formato sem estratégia. O simples ato de gravar vídeos curtos não garante engajamento. É fundamental alinhar objetivo, público-alvo e tom de voz institucional.

Os Limites da Linguagem Curta

Apesar das vantagens, os microvídeos têm limites. Eles não substituem comunicados oficiais, nem são adequados para assuntos complexos. Se usados sem critério, podem transmitir a ideia de superficialidade. Por isso, a chave está no equilíbrio: integrar microvídeos ao ecossistema de comunicação e não transformá-los na única solução.

Plot Twist: Não É Entretenimento, É Porta de Entrada

Aqui está a virada: muitos gestores acreditam que os microvídeos servem apenas para entreter. Mas, na verdade, eles funcionam como porta de entrada para conteúdos mais profundos. Um vídeo curto pode despertar curiosidade e levar o cidadão a acessar portais oficiais, ler relatórios ou participar de audiências. Ou seja, quando bem usados, os microvídeos não simplificam demais a comunicação — eles a ampliam.

Fontes:

  • DataReportal (2024) – Digital 2024: Brazil
  • Pew Research (2023) – Short-Form Video Consumption and Civic Engagement
  • GovTech Review (2023) – Microcontent in Public Sector Communication

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