
Humor na comunicação pública: Como Usar com Responsabilidade
Humor na comunicação pública: Veja como usar com responsabilidade.
Era um dia normal na cidade de Pindorama. A prefeitura precisava anunciar um reajuste nas taxas de lixo — algo impopular, difícil de explicar e que, normalmente, seria recebido com críticas pesadas, em vez de uma nota formal fria, o time de comunicação usou: uma foto engraçada de uma lixeira “triste”, acompanhada da frase:
“Se você cuida da sua casa, por que não cuidar da sua cidade?”
O resultado?
Milhares de compartilhamentos, reações positivas e, o mais surpreendente, uma aceitação muito maior do novo serviço.Essa pequena história real (adaptada de casos ocorridos em municípios do Paraná e Minas Gerais) mostra algo que muita gente ainda não entendeu:
Humor pode ser uma poderosa ferramenta na comunicação pública — quando usado com inteligência.
Por que o humor funciona?
Segundo estudos da MIT Sloan Management Review e da Harvard Business Review, o humor:
- Aumenta a conexão emocional entre marca e público.
- Melhora a retenção da informação (a pessoa lembra melhor do conteúdo).
- Humaniza instituições, quebrando a imagem fria ou distante.
- Amplia o alcance orgânico nas redes sociais.
Em uma época em que a desconfiança em relação às instituições públicas cresce, ser humano é ser forte.
Exemplos que deram certo
- Prefeitura de Recife (PE): usou memes para orientar a população sobre vacinação infantil com grande repercussão positiva【Fonte: Jornal do Commercio】.
- Prefeitura de Salvador (BA): combinou campanhas sérias de combate à Covid-19 com vídeos curtos bem-humorados para atrair os mais jovens【Fonte: Correio 24h】.
- Prefeitura de Curitiba (PR): ficou conhecida pelas redes sociais leves, utilizando humor moderado para explicar serviços públicos【Fonte: Gazeta do Povo】.
E quanto aos riscos?
O problema é que muitos órgãos públicos estão começando a usar memes… sem entender os riscos legais e éticos envolvidos.
E aí mora o perigo:
- Humor mal planejado pode gerar processos judiciais, por desinformação ou ofensa moral.
- Mensagens “engraçadas” podem ser mal interpretadas, ferindo grupos vulneráveis ou minorias.
- Memes podem descontextualizar assuntos sérios, prejudicando a credibilidade institucional.
Como usar humor com responsabilidade
1. Defina limites claros:
Antes de lançar campanhas, estabeleça o que pode e o que não pode ser usado como tema de humor.
2. Conheça seu público:
O que é engraçado para uma faixa etária pode ser ofensivo para outra.
3. Integre o jurídico no processo:
Revisar memes e peças humorísticas sob a ótica legal evita processos futuros.
4. Mantenha o propósito institucional:
O humor deve reforçar o serviço público — não virar piada pela piada.
5. Prepare-se para monitorar e corrigir:
Se algo der errado, é melhor reconhecer rapidamente do que tentar justificar o injustificável.
Conclusão: Quem sabe rir de si mesmo conquista mais respeito
A comunicação pública não precisa ser sisuda para ser séria.
Ela precisa ser responsável, relevante e conectada com a vida real das pessoas.
O humor, bem utilizado, é ponte — não buraco.
Memes, piadas e campanhas leves podem ser grandes aliados para aproximar o cidadão da gestão pública.
O riso mais poderoso é aquele que constrói confiança, e não o que destrói credibilidade. Lembre-se disso.
Fontes:
- MIT Sloan Management Review – The New Rules of Humor in Marketing
https://sloanreview.mit.edu/article/the-new-rules-of-humor-in-marketing/ - Harvard Business Review – Leading with Humor
https://hbr.org/2016/05/leading-with-humor - Jornal do Commercio (PE) – Prefeitura de Recife aposta no humor em campanhas públicas
https://jc.ne10.uol.com.br/
- Correio 24h (BA) – Campanhas de Salvador combinam seriedade e leveza
https://www.correio24horas.com.br/
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