Dados + Emoção = A Fórmula do Novo Engajamento

Dados + Emoção = A Fórmula do Novo Engajamento.
Se existe uma frase que resume a comunicação contemporânea, é esta: dados mostram o que aconteceu; emoção mostra por que importa.
E, quando instituições públicas entendem essa combinação, elas deixam de apenas informar e passam a mobilizar.

Durante muito tempo, governos e autarquias acreditaram que dados frios, números técnicos e relatórios eram suficientes para convencer. Só que isso ignora algo essencial: as pessoas não se conectam com informações, elas se conectam com significados.

Os dados são o mapa.
A emoção é a bússola.
Então, o engajamento surge quando os dois caminham juntos.

Entender dados não basta. É preciso transformar números em emoção pública

Os governos têm toneladas de dados: atendimento, saúde, educação, mobilidade, meio ambiente, arrecadação, participação social. Porém, quando essa informação chega ao cidadão, chega em forma de boletim — e boletins não engajam ninguém.

O que engaja é a história por trás do número.

Por exemplo:

  • Não basta dizer “A prefeitura ampliou o número de médicos”.
    É muito mais poderoso dizer:
    “Isso reduziu o tempo de espera de 5 horas para 1h45. Significa que 12 mil pessoas voltaram para casa mais cedo este mês.”
  • Não basta divulgar “Foram asfaltados 37 km de vias”.
    É mais humano mostrar:
    “O trajeto de quem mora no Bairro Verde ficou 18 minutos mais rápido — só neste mês, foram 8 horas economizadas para cada motorista.”

Percebe a diferença?
A informação continua técnica, mas agora tem vida.

Emoção não é apelativa. Emoção é contexto — e contexto é respeito

Quando dizemos que “comunicação pública precisa de emoção”, não estamos falando de dramatização. Estamos falando de:

  • clareza,
  • empatia,
  • histórias reais,
  • impacto cotidiano.

A emoção aparece quando o cidadão pensa:
“Isso tem a ver comigo.”

E esse é o momento exato em que a comunicação deixa de ser institucional e passa a ser pública de verdade.

A ciência explica: as pessoas lembram histórias, não números

Pesquisas em psicologia cognitiva mostram que:

  • Números isolados são esquecidos rapidamente;
  • Mas, quando os mesmos números são apresentados dentro de um contexto emocional, o cérebro cria conexões e guarda a informação.

Um dado técnico sozinho ativa apenas o lado racional.
Uma história ativa raciocínio + emoção — e isso multiplica o impacto.

É por isso que campanhas que misturam dados + narrativa têm maior chance de viralizar.

Como o setor público pode aplicar isso imediatamente

Aqui está o ponto mais importante: é possível fazer isso hoje, com as informações já disponíveis. Basta mudar a forma de contar.

✔ 1. Transforme indicadores em impacto humano

Exemplo real (RJ, 2024):
Nesse sentido, ao anunciar a modernização da frota de ônibus, a secretaria mostrou histórias de trabalhadores que passaram a chegar 20–30 minutos mais cedo em casa.
O vídeo viralizou porque falou de vida, não de ônibus.

✔ 2. Mostre “antes e depois” — com contexto

Não “reduzimos 14% dos acidentes”.
E sim:
“14% significam 823 pessoas que voltaram para casa em segurança.”

✔ 3. Use dados para reforçar emoção — não o contrário

A ordem é essa:
história → impacto → dado que comprova.
Portanto, o dado valida a emoção, e não a emoção que tenta salvar o dado.

✔ 4. Adote a régua da relevância

Antes de publicar qualquer número, pergunte:
“O cidadão sente isso na própria vida?”
Logo, se a resposta for não, a comunicação está desequilibrando a fórmula.

Nossas campanhas: Quando números viram histórias.

Em diversas campanhas, mostramos que dados ganham mais força quando encontram histórias reais — e que emoção funciona quando está ancorada em fatos.

Prefeitura de Itu

Foi assim na campanha de uso consciente da água para a Prefeitura de Itu, em que transformamos indicadores de consumo em narrativas visuais sobre rotina, cuidado e pertencimento.

Conselho de Enfermagem de São Paulo – COREN-SP

Foi assim também na campanha “Violência Não Resolve” para o Coren-SP, em que estatísticas de agressões se tornaram relatos humanos, capazes de gerar identificação imediata e reflexão coletiva.

Esses projetos ajudam a comprovar algo simples, mas decisivo:
Acima de tudo, quando o cidadão sente que a informação toca sua vida, o engajamento deixa de ser uma meta e vira uma consequência natural.

Por último, engajamento não se pede — se conquista

Quando governos comunicam apenas dados, as pessoas entendem a informação, mas não se conectam.
Quando comunicam apenas emoções, as pessoas se conectam, mas não confiam.

Logo, a mistura das duas coisas é o que cria comunicação efetiva.

Em conclusão, no final, a fórmula é simples:

Dados mostram a realidade.
Emoção mostra o valor dessa realidade.

Portanto, quando o setor público une essas duas camadas, ele deixa de informar para começar a transformar.

Fontes

  • Estudos em psicologia cognitiva sobre retenção de informação (Stanford Memory Lab, 2022–2024).
  • Relatórios de GovTech Brasil sobre comunicação baseada em dados e engajamento cidadão (2024/2025).
  • Cases públicos: Secretaria de Mobilidade RJ (2024), Prefeitura de SP – Urbanismo (2023–2024).
  • Vídeos TED sobre storytelling e dados: Lea Pica, Tomas Pinheiro.

Conteúdo desenvolvido pela Digital Content Producer Caroline Oliveira, com pesquisa e apoio de inteligência artificial.


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