Reflexões da nossa equipe na Conferência Internacional do CAU 2025

Entre os dias 4 e 6 de setembro de 2025, Brasília recebeu a Conferência Internacional do CAU – Arquitetura e Urbanismo para Todos. O encontro reuniu especialistas de mais de 20 países, somando mais de 100 palestrantes em três trilhas temáticas e oferecendo mais de 26 horas de conteúdo. Desde o início, ficou claro que seria uma experiência intensa e inspiradora, capaz de provocar reflexões profundas sobre o futuro das cidades.

Participar como telespectadores nos deu a chance de aprender muito, mas, acima de tudo, de enxergar a arquitetura e o urbanismo sob perspectivas que unem técnica, inovação e, principalmente, humanidade.

O impacto das palestras internacionais

Ao longo da programação, algumas apresentações chamaram nossa atenção de forma especial.

  • Konglian Yu (China) apresentou o inovador “Conceito de Cidade-Esponja”. Nesse modelo, as cidades não tentam combater a água das chuvas, mas aprendem a conviver com ela. Os projetos criam espaços capazes de acolher inundações e transformar áreas degradadas em parques e áreas verdes. Assim, a relação com a natureza deixa de ser de confronto e passa a ser de integração.
  • Diana Wiesner (Bolívia) emocionou ao compartilhar seus projetos de recuperação de áreas verdes em diálogo com a comunidade. As intervenções mostraram como o paisagismo pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social. Dessa forma, o sentimento de pertencimento se fortalece e os vínculos entre pessoas e território se renovam.
  • Álvaro de Castro e Lima (Brasil/EUA) nos marcou pela sinceridade e simplicidade. Atuando há mais de 20 anos no planejamento urbano de Boston, destacou que a recuperação de uma cidade só acontece com diálogo com a população e valorização das relações humanas. Durante sua fala, ele desmistificou a ideia de “cidades inteligentes” sem propósito social. Tecnologia, segundo ele, precisa estar a serviço das pessoas, nunca o contrário.

Tecnologia e dados: aliados indispensáveis

Além das falas inspiradoras, outro ponto se destacou: a importância da tecnologia e do uso de dados em todas as etapas da gestão pública. Do planejamento às obras, passando pelo monitoramento, vimos ferramentas que permitem agilizar processos, tornar decisões mais assertivas e garantir maior transparência.

Entretanto, ficou evidente que dados, sozinhos, não bastam. Quando utilizados com responsabilidade e foco no bem coletivo, eles se transformam em aliados indispensáveis. Porém, o olhar humano continua sendo a chave para que soluções tecnológicas realmente façam sentido.

Nossas percepções

Durante os três dias, sentimos que a grande força da Conferência não estava apenas nos números expressivos ou no alcance internacional. O verdadeiro impacto surgiu da capacidade de conectar diferentes realidades em torno de um objetivo comum: pensar cidades inclusivas, resilientes e humanas.Por isso, saímos do evento com uma certeza renovada: arquitetura e urbanismo não são apenas práticas técnicas, mas instrumentos de transformação social. E, além disso, entendemos que comunicação também exerce papel fundamental nesse processo. Afinal, compartilhar ideias, ampliar diálogos e inspirar mudanças são etapas essenciais para transformar o mundo em um espaço mais justo para todos.

Todas as matéria da Conferência Internacional do CAU 2025 estão na Agência de Notícias do CAU/BR
Acesse: https://caubr.gov.br/

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