
O Cidadão do Futuro Quer Participar, Não Só Receber Informação
O cidadão do futuro quer participar.
Enviar um comunicado, publicar um aviso, fazer um post com instruções… Hoje, tudo isso já não basta.
O cidadão atual — e, principalmente, o do futuro — não quer apenas ser informado. Ele quer fazer parte.
Deseja comentar, sugerir, votar e, sobretudo, co-construir.
Portanto, a comunicação pública precisa sair da lógica da transmissão e, assim, entrar definitivamente na era da interação.
A nova expectativa de relacionamento entre governo e população
Claramente, o modelo vertical de comunicação (governo fala, cidadão escuta) está em declínio.
Em seu lugar, cresce uma cultura de participação digital, colaboração e escuta ativa.
O cidadão moderno quer:
- Dar feedback em tempo real;
- Escolher prioridades locais;
- Ajudar a construir campanhas e decisões.
Além disso, iniciativas como:
- Plataformas de orçamento participativo digital;
- Caixas de ideias públicas com votação (ex: Colab, Decide Madrid);
- Consultas populares via redes sociais e formulários inteligentes,
já demonstram que o engajamento cresce consideravelmente quando o governo convida para o diálogo.
A tecnologia já permite (e espera) essa mudança
Hoje, ferramentas acessíveis e gratuitas já permitem que órgãos públicos ampliem a participação:
- Typeform, Google Forms e Mentimeter para escuta estruturada;
- Instagram Stories com enquetes e perguntas rápidas;
- Grupos de WhatsApp segmentados para ouvir demandas por bairro ou perfil;
- Plataformas como Participe+, Colab e Decidim, que organizam participação cidadã com rastreabilidade.
Além disso, com IA e automação, é possível:
- Identificar padrões nas sugestões;
- Gerar relatórios de sentimento social;
- Priorizar as demandas mais recorrentes de forma transparente.
O erro silencioso: achar que informar é suficiente
Infelizmente, muitas gestões ainda acreditam que “se comunicaram bem” apenas porque publicaram um card ou enviaram uma nota oficial.
Contudo, se:
- A população não interage;
- Não sente que foi ouvida;
- E não tem como participar da construção das soluções…
Então, essa comunicação permanece unilateral. E, como sabemos, unilateralidade não gera pertencimento.
Conclusão: A informação engaja. Participação transforma.
O cidadão do futuro será mais ativo, mais conectado e menos tolerante à passividade.
Portanto, prefeituras, autarquias e conselhos que desejarem manter relevância precisarão:
- Abrir espaço real para participação;
- Criar canais de escuta digital contínua;
- E, sobretudo, deixar claro que a opinião pública não é apenas bem-vinda — é parte da política.
Em suma: comunicar bem é incluir. Incluir é ouvir e ouvir é agir junto.
Fontes:
- Open Government Partnership – Civic Participation Tools – https://www.opengovpartnership.org
- Colab – Gestão Pública Colaborativa – https://colab.re
- Decidim Barcelona – https://decidim.barcelona
- Harvard Ash Center – Digital Democracy and Participation – https://ash.harvard.edu