Cidades Inteligentes Também Precisam de Comunicação Inteligente

Uma cidade investiu em sensores para o monitoramento de lixo, iluminação pública automatizada e um aplicativo de mobilidade urbana.

No papel, tudo parecia funcionar perfeitamente. Mas, na prática, algo estava errado.

A população não sabia como usar os novos serviços.
Não entendia como o aplicativo de mobilidade funcionava.
E reclamava da falta de transparência nas ações da prefeitura.

A tecnologia estava ali. Mas a comunicação… não acompanhou.

Resultado? A cidade era tecnologicamente inteligente, mas socialmente confusa.

O que são, de fato, Cidades Inteligentes?

Em primeiro lugar, o conceito de “cidade inteligente” vai muito além da infraestrutura digital.

Segundo a ONU Habitat, uma cidade inteligente é aquela que:

  • Usa tecnologia para melhorar a qualidade de vida;
  • Promove acesso e inclusão digital;
  • Garante participação cidadã nas decisões;
  • E comunica de forma clara, acessível e constante.

Ou seja, não basta instalar tecnologia. É preciso explicar, engajar e ouvir. A comunicação pública passa a ter um novo papel:
traduzir tecnologia em utilidade real para o cidadão.

Ferramentas digitais exigem comunicação clara, constante e acessível

Só para exemplificar, entre as soluções mais comuns em cidades inteligentes estão:

  • Painéis digitais com informações de trânsito;
  • Aplicativos de saúde e educação;
  • Alertas meteorológicos por SMS ou redes sociais;
  • Plataformas de consulta pública.

Mas essas ferramentas só são eficazes se forem:

  • Divulgadas com linguagem simples;
  • Atualizadas com frequência;
  • Integradas aos canais que a população já usa (WhatsApp, Instagram, rádio local, etc).

Sob o mesmo ponto de vista, segundo estudo da Smart Cities World (2024), 70% das iniciativas de cidades inteligentes falham por falta de engajamento da população — não por erro técnico.

O ponto negligenciado: se o cidadão não entende, a cidade não é inteligente

A maior falha nas cidades inteligentes não está na tecnologia — mas na ausência de comunicação estratégica.

De qualquer forma, não adianta ter sensores, apps e painéis se:

  • Ninguém sabe que eles existem;
  • Ninguém sabe como usá-los;
  • Ou pior: ninguém confia neles.

Por fim, sem comunicação:

  • O cidadão não adere;
  • O investimento perde impacto;
  • E a tecnologia vira um enfeite urbano, não uma solução real.

Conclusão: Cidade inteligente que não escuta, não aprende. E quem não aprende, para.

Cidades inteligentes (de verdade) exigem comunicação pública com inteligência emocional, digital e estratégica.

Ou seja, governos que desejam implementar soluções tecnológicas de verdade precisam:

  • Traduzir o complexo em simples;
  • Ouvir a experiência do cidadão;
  • E comunicar com clareza — antes, durante e depois da inovação.

Em resumo, tecnologia só se torna progresso quando o cidadão entende, participa e confia.

Cidades inteligentes / Fontes:

Leia também…

Somos uma agência identificada com a cidadania. Com gente que trabalha, estuda, ama, cresce e participa da vida comunitária.