A Nova Era dos Canais Públicos no YouTube e TikTok: Entretenimento com Informação

A nova era dos canais de órgãos públicos no Youtube e Tiktok, veja abaixo:
Durante as fortes chuvas que atingiram o Sul do país em 2024, uma prefeitura resolveu agir de maneira incomum: criou uma série de vídeos curtos, com linguagem simples, dublagens e elementos de humor leve para alertar a população sobre riscos de alagamento e como se proteger.

Os vídeos foram publicados no TikTok e no YouTube Shorts — com servidores municipais atuando como “personagens”. Em um deles, o coordenador da Defesa Civil explicava com sotaque local como desobstruir calhas e evitar enchentes urbanas.

O vídeo viralizou.
Mais de 50 mil visualizações em 24 horas.
E o mais importante: o número de chamados por risco de inundação caiu 17% naquela semana. Ou seja, não foi uma campanha “formal”.
Mas foi a mais eficiente do ano.

O que está mudando no jeito de comunicar?

Primeiramente, as novas gerações — e mesmo boa parte da população adulta — não consomem mais informação por canais institucionais tradicionais.
Hoje, o conteúdo precisa ser curto, visual, direto e, sempre que possível, divertido e envolvente.

Desse modo, plataformas como YouTube Shorts, TikTok, Kwai e Reels se consolidaram como:

  • Fontes primárias de informação para jovens;
  • Ferramentas de aprendizado informal;
  • Espaços de viralização de conteúdo de utilidade pública.

Canais públicos que entenderam isso estão se adaptando, como:

  • A Polícia Rodoviária Federal, que publica vídeos educativos no TikTok;
  • A Prefeitura de Niterói, com vídeos curtos sobre ações do dia;
  • E conselhos de classe internacionais, como o British Nursing Council, que usam dublagens para explicar regras profissionais.

A chamada “govtainment” (government + entertainment) está nascendo — e ela funciona.

Entretenimento com responsabilidade: não é piada, é estratégia

Usar humor ou leveza não significa perder a credibilidade.
Significa usar a linguagem da internet para ampliar o alcance e tornar o conteúdo compreensível.

Com IA, o processo fica ainda mais fácil:

  • Ferramentas como Pictory, Descript ou CapCut com IA integrada, por exemplo, facilitam a edição de vídeos curtos, com legendas automáticas, cortes dinâmicos e efeitos nativos.
  • Plataformas como Lumen5 transformam comunicados em vídeos com animações.
  • O ChatGPT pode gerar roteiros com tom acessível, jovem ou técnico, de forma rápida e adaptável.

Ou seja: tecnologia não falta — falta coragem para usar.

O ponto invisível: canais públicos sem presença em vídeo estão perdendo relevância

A maioria dos órgãos públicos ainda se comunica por:

  • Nota oficial;
  • Texto no site;
  • Imagens estáticas.

Contudo, o problema é que ninguém compartilha nota oficial no grupo da família.
Mas um vídeo de 30 segundos com legenda animada tem muito mais chance de circular — e gerar ação.

Não estar em vídeo não é mais neutralidade.
É invisibilidade.

Conclusão: Quem não aparece, não influencia. E quem só informa, não conecta.

Para aprimorar a atuação de órgãos públicos no Youtube e Tik Tok é preciso entender que informar é só o começo.
A nova era exige:

  • Falar com clareza,
  • Usar formatos nativos,
  • E adaptar o conteúdo à forma como as pessoas realmente consomem.

O YouTube e o TikTok não são redes de dança e piada, mas sim plataformas de comportamento e cultura digital.
E se a sua gestão quer ser ouvida, precisa estar onde as pessoas estão.

Por fim, comunicar com verdade, responsabilidade — e coragem para inovar.

A nova era dos canais públicos no Youtube e Tiktok / Fontes:

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