Cocriação com cidadãos

Cocriação com Cidadãos: A Nova Tendência que Vai Mudar a Comunicação Institucional

A cocriação com cidadãos e a nova tendência que vai mudar a comunicação institucional, veja um exemplo prático abaixo:
Em uma cidade de médio porte no interior de São Paulo, a Secretaria de Mobilidade Urbana queria lançar uma nova campanha de respeito às faixas de pedestres.

Dessa vez, no entanto, ao invés de contratar uma agência e criar tudo de cima para baixo, eles resolveram fazer diferente: abriram um formulário digital, divulgaram nos stories do Instagram e, então, convidaram a população a sugerir frases, personagens e até nomes para a campanha.

No entando, o resultado surpreendeu: mais de 600 contribuições em apenas três dias.

Inclusive, uma estudante sugeriu o nome “Respeita Que é Faixa”, que acabou se tornando o título oficial.

Consequentemente, a campanha alcançou engajamento recorde nas redes sociais e, pela primeira vez, foi citada pelos próprios motoristas e pedestres como “nossa campanha”.

A gestão, assim, percebeu algo poderoso: quando o cidadão ajuda a construir, ele também ajuda a espalhar.

A Cocriação como tendência pública global

A chamada cocriação cidadã vem ganhando força como um novo modelo de construir políticas públicas e comunicar de forma mais eficaz e participativa.

Portanto, inspirada em movimentos de design thinking, inovação aberta e democracia digital, a cocriação convida o cidadão a:

Participar da concepção de campanhas;
Opinar sobre a forma de linguagem (visuais, slogans, canais);
Testar protótipos de comunicação antes do lançamento.

Além disso, esse processo é cada vez mais adotado em cidades como:

Barcelona, com o projeto Decidim (plataforma de escuta e criação de políticas públicas);
Nova York, com participatory design labs nas escolas públicas;
Recife, com a plataforma Conecta Recife, que já permite votar em ideias da própria comunidade.

Assim, a comunicação deixa de ser uma via de mão única — e passa a ser um ciclo de construção coletiva.

Por que isso importa para prefeituras, conselhos e autarquias?

Tradicionalmente, campanhas públicas são feitas “de dentro pra fora”: a equipe define o que precisa ser dito, aprova internamente e só depois entrega à população.

Contudo, isso está mudando. Hoje, o cidadão quer:

Ser ouvido;
Ter a chance de opinar;
E, quando possível, co-criar o que vai circular na cidade e nas redes.

Quando isso acontece:

O engajamento orgânico aumenta;
A confiança na gestão cresce;
E a comunicação se torna mais eficaz, pois parte da linguagem e da cultura local.

Com ferramentas como Google Forms, Miro, Padlet, Mentimeter, Slido, Notion e redes sociais com enquetes e caixinhas, é possível abrir canais de cocriação com baixo custo e alto retorno.

O que ninguém te contou: a resistência interna é o maior desafio

OO maior obstáculo para implementar a cocriação cidadã não é a tecnologia — e sim, a cultura interna.

Ainda hoje, muitos setores públicos:

Têm medo de “abrir espaço para erro”;
Desconfiam da capacidade de contribuição da população;
Ou temem perder o controle da narrativa.

Como consequência, o resultado costuma ser uma comunicação fria, genérica e que não gera pertencimento.

Porém, o maior risco não é errar ao abrir a conversa — é seguir comunicando sozinho, enquanto o cidadão já está gritando em outras direções.

Conclusão: A comunicação pública precisa parar de falar sozinha

A cocriação é mais do que uma estratégia de engajamento.

Ela é, acima de tudo, um convite para que o cidadão se sinta parte da política pública — e não apenas seu alvo.

Prefeituras, conselhos e autarquias que adotarem essa abordagem vão:

Comunicar melhor;
Reduzir resistências;
E construir soluções com muito mais legitimidade.

A boa notícia é que você não precisa esperar um grande projeto.

Basta começar com uma enquete, uma caixa de sugestões ou um convite sincero.

Afinal, quando o cidadão ajuda a comunicar, ele se torna parceiro da mudança.
E isso, sem dúvida, muda tudo.