A comunicação pública falha por falta de linguagem cidadã. A IA pode ser o remédio — se vier com estratégia, empatia e cultura digital.

Inteligência Artificial é o Remédio para a Comunicação Pública

A aplicação da inteligência artificial na comunicação pública não é apenas uma tendência. Ela se tornou uma necessidade urgente.

Para entender o motivo, vale observar um exemplo recente que ilustra como a tecnologia poderia ter evitado uma crise.
Em uma tarde de sexta-feira, a equipe de comunicação da Prefeitura de São Benedito correu para divulgar um aviso sobre a mudança no trânsito.

O comunicado foi publicado em um texto técnico, com linguagem formal e carregado de termos pouco acessíveis, o conteúdo foi disponibilizado apenas no site oficial — uma plataforma de difícil navegação, com pouca visibilidade e acesso limitado pela população.

No dia seguinte, surgiram filas quilométricas, buzinas, confusão e uma avalanche de críticas nas redes sociais.

A comunicação falhou justamente onde deveria ter sido mais eficiente.

Por que a comunicação pública está falhando?

Diversos estudos de entidades como a OECD e a Unesco apontam as principais razões:

Em tempos de hiperconectividade, a lógica mudou:
As pessoas esperam ser atendidas na hora, no canal que elas escolherem, com a linguagem que elas entendem.

Se a comunicação pública não acompanha essa nova realidade, ela simplesmente é ignorada.

O que a Inteligência Artificial tem a ver com isso?

A Inteligência Artificial (IA) pode ajudar a revitalizar a comunicação pública em várias frentes:

  • Produção automatizada de conteúdo simplificado e segmentado (ex: textos de fácil leitura, adaptados por público-alvo).
  • Análise de sentimento para entender em tempo real o humor da população em relação a temas sensíveis.
  • Automação de respostas básicas no atendimento ao cidadão (liberando os servidores para casos mais complexos).
  • Monitoramento preditivo de tendências, ajudando a antecipar crises e corrigir rotas.

Em países como Canadá, Estônia e Dinamarca, órgãos públicos já usam IA para tornar a comunicação mais próxima, mais humana e mais eficiente【Fonte: OECD – AI in Public Sector】.

O que é preciso entender

Só adotar Inteligência Artificial não vai salvar a comunicação pública.

A tecnologia é apenas a ferramenta.
O que precisa mudar é a cultura.

Se a prefeitura ou o conselho continuar pensando como em 1990 — publicando PDFs, textos burocráticos, comunicados que ninguém lê —, não importa o quão moderna seja a ferramenta:
o problema vai continuar.

É como dar um desfibrilador de última geração para quem não sabe nem fazer massagem cardíaca: a chance de sucesso é mínima.

Como a IA pode ser usada com inteligência real

1. Linguagem cidadã:
Usar a IA para criar conteúdos mais claros, simples e objetivos, adaptados ao perfil de quem recebe.

5. Capacitação humana:
Treinar a equipe de comunicação para interpretar os dados gerados pela IA e agir com empatia e estratégia.

2. Atendimento em tempo real:
Implementar chatbots para resolver rapidamente questões simples e agilizar a relação com o público.

3. Diagnóstico contínuo:
Usar IA para analisar interações e sentimentos nas redes sociais, antecipando demandas e prevenindo crises.

A comunicação pública precisa de alta tecnologia e exige alta dose de humanidade.

Quando usada com responsabilidade, a inteligência artificial se torna um recurso poderoso para transformar a comunicação institucional.

Isso não significa substituir servidores públicos, trata-se de potencializar a conexão real com o cidadão.

O futuro da comunicação institucional pertence a quem conseguir ser rápido como um algoritmo — e humano como um bom vizinho.

Fontes:

Explore nossos artigos:

Somos uma agência identificada com a cidadania. Com gente que trabalha, estuda, ama, cresce e participa da vida comunitária.