Disciplina e moderação. Sempre foram palavras que eu não gostava.
Como boa sagitariana, eu gosto mesmo é de ser livre, ou pelo menos, acreditar que sou. Sem muitas regras e hora marcada. Vamos voar.
Mas a vida não funciona bem assim. Ainda mais quando se tem filhos e, também, quando se começa a desenvolver algumas intolerâncias alimentares.
No começo, no caso das intolerâncias (por que comigo??), você ignora e insiste em comer o que não pode, é só tomar um remedinho depois, afinal, é tão gostoso.
Mas o tempo é sábio e seus ensinamentos, uma hora ou outra, chegam e batem na sua cara ou, sendo mais específica, no seu sistema digestivo. Você começa a passar tão mal, mas tão mal, que nenhum remédio ou enzima resolvem e você, sofrendo, vai parando de comer.
Sim. Sofrendo muito. Porque você não quer acreditar que aconteceu justamente com você (e com mais da metade da população do mundo). E nesse caso, mais uma vez, só o tempo pra mostrar que não é preciso sofrer. Aos poucos você vai descobrindo substituições, novas receitas e deliciosos sabores que serão para sempre. E melhor: mais saudáveis!
É um processo, como bem disse minha amiga Carol Oliveira (essa mesma, que também escreveu para este blog).
Tudo isso acontece de maneira diferente de pessoa para pessoa, cada uma tem seu tempo.
Eu desenvolvi a intolerância a lactose em 2012 e, juro, só agora em 2020, estou deixando de sofrer! E com o sofrimento indo embora, eu vou encontrando lugar para outros sentimentos e tantas descobertas. Agora tenho uma vida com mais qualidade, com os alimentos certos e até os melhores horários para comê-los.
É a tal da disciplina. E como dizia Renato Russo: disciplina é liberdade!
Com filhos é a mesma coisa, só que bem mais rápido. A gente aprende logo que se não comer, tomar banho e dormir na hora certa, dá problema. Dá problema na hora!
E conforme o filho vai crescendo outras coisas vão entrando nessa lista e, por mais que você seja uma mãe legalzona e relax, ahhh… precisa ter disciplina. Só a disciplina salva.
Essa pandemia, assim como o tempo, está ensinando muita coisa, pelo menos para mim.
E é aqui que entra o segundo substantivo do título: moderação.
No começo da quarentena, lá em abril de 2020, era tanta incerteza, medo, insegurança que eu comi. Sim, comi bolo todos os dias por pelo menos uns 3 meses.
Os bolos eram fit. Feitos com farinha de aveia, farinha de linhaça, banana, maçã, mel. Bolo de caneca, de micro ondas, de frigideira e por aí vai. Mas…. todo dia?
Pois é, precisei de mais quatro meses para ver que, além dos quase sete quilos a mais, bolo fit todo dia não iria dar certo. A pandemia vai acabar sabe-se lá quando e eu vou parar onde? E não se trata apenas de peso não (e da sobrecarga no meu joelho que tem prótese), mas sim de me sentir bem, sem ficar dependente emocional e fisicamente de açúcar.
Sabendo disso, parei com os bolos e doces diários, comecei a treinar cinco vezes por semana e, há exatos 41 dias, me sinto muito melhor, mais disposta e já emagreci três quilos.
Agora como doce uma ou duas vezes por semana, em menor quantidade e, querem saber? Estou bem! Quase ótima (mas também, quem no mundo está ótimo diante de toda essa situação??). Sei que ainda é cedo, mas está tão bom que arrisco a dizer que estou quase viciando nos exercícios (tomara!).
E eu que achava que não gostava dessas duas palavras, aprendi mais essa na pandemia. Nunca é tarde.
Disciplina e moderação agora, para mim, são liberdade, satisfação, orgulho e felicidade!