MÚSICA, O ALIMENTO DA ALMA

Entre as sete artes clássicas, a música é talvez a que chegue ao maior número de pessoas e a
que mais consiga marcar para sempre a vivência de um grande amor, uma data
especial, um momento bom ou ruim. É a música a companheira inseparável na hora
do silêncio, da meditação, da dança, da criação. Seja erudita ou popular, ela
está sempre pronta, ao pé do ouvido, para se iniciar.

Esta arte é som, mas paradoxalmente é capaz de transcender essa barreira, porque fica dentro da
memória de forma que parece que a ouvimos, mesmo que não esteja em execução. É
realmente algo intrigador, o fato de a música
conseguir permear a alma humana e lá ficar. A experiência do músico alemão
Ludwing van Beethoven é um bom exemplo. Um dos maiores nomes da história da
música mundial, Beethoven teve perda gradativa da audição e depois de algum
tempo se viu no mais absoluto silêncio, mas mesmo assim, aumentou sua produção
musical, que é um verdadeiro legado para a humanidade. A música estava na alma
de Beethoven não no ambiente externo.

Como um livro, só que cantado, a música tem o poder de ser meio de transporte para que se
volte ao passado. Da remota infância ao dia de ontem, é possível uma infinidade
de passeios pelo tempo, a situações diversas e para que se possa reviver
sentimentos que fazem parte da história de cada um de nós. Música e bom papo:
lá está ela na hora do lazer; música e dança: é a aparição da beleza; música e
povo: a identidade cultural.

Sete notas musicais e infinitas possibilidades de criações para expressarem o que somos
como povo brasileiro. A música diz muito sobre a nossa identidade cultural. Da
história do Brasil, passando pelos costumes, crenças, prazeres, dissabores do
cotidiano, tudo já mereceu melodia e letra. E os temas nunca se esgotam, se
renovam e sempre estão presentes na mira inovadora do compositor.

Brega ou chique, de qualidade ou vazia de conteúdo. Julgamentos, preconceitos e classificações
não nos cabem aqui. Aliás, a palavra chique em si é brega, e se a música é
expressão do sentimento humano, há que se considerar como legítimos todos os
ritmos. Se o rap é a expressão da periferia, se é nele que a comunidade se
reconhece, que siga tendo voz, criando e recriando seus próprios sons.

O que seria de nossas vidas sem a música? A música está para a vida como o tempero está para a
preparação de um saboroso alimento. E, em tempos de streaming, compartilhar é a
palavra que está na ordem do dia: compartilhar o tempero da vida. E o melhor da
história é que é um tempero universal, tanto faz em português, inglês ou
congolês, as notas dó, ré, mi…. soam iguais em qualquer parte do mundo e
alimentam a alma com um farto banquete.

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SILENE SANTOS

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), possui pós-graduação em Globalização e Cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Possui 23 anos de experiência em Comunicação Social e atua no Atendimento às contas públicas da Área Comunicação.

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