Eu quero é uma boa prosa, quero poesia, com ou sem palavras.
Quero sentir a inspiração da madrugada.
Me reunir com amigos, me desviar da enxurrada e não ligar pra mais nada.
Mas naqueles momentos de distração ou fraqueza, eis que vejo nessa teia figuras patéticas e porque não dizer enlouquecidas.
É a vida, fazer o que? Cabeleiras brancas penteadas pra trás, discursos latentes, pior do que dor de dente a martelar o juízo da gente.
Xô, Xô, sai pra lá espectros, assombrações com suas emanações de enxofre.
Daí eu dou as costas, respiro fundo e viro a página. Vou me concentrar em coisas mágicas, aromas, rimas, fotografias, sorrisos, rabiscos e hibiscos.
Não, não é porque eu só me importo com meu umbigo, pelo contrário.
É que o sofrimento dos que estão a minha volta, me destroça.
E dessa forma, preciso me abastecer de coisas boas.
Não à toa, à toa não. É porque aqui no peito tem um montão de amor e apesar dele rimar com dor, não combina não.
Quero amainar, confortar, animar meu irmão, não é um só é uma porção deles.
Mas também daqueles espalhados pelas esquinas, faróis, deitados na porta das igrejas, desses que a Veja, finge não existir. Mas vale a pena insistir.
Não é fechando os olhos, mas mudando a direção.
Porque o bem só vem com a transformação, a começar por dentro.