GUERRAS: ATÉ QUANDO?

“Ninguém na guerra tem a honestidade de confessar: eu mato para roubar”.
(Eduardo Galeano)

Seja para adquirir domínio político, poder econômico ou poder bélico e, ainda que os verdadeiros motivos que desencadeiam uma guerra sejam camuflados por causas religiosas, de afirmação de soberania e tantas outras questões, o resultado de toda guerra é sempre de destruição do passado – quando põe abaixo museus, patrimônios históricos, monumentos e toda memória de um  povo -, do futuro –  quando anula projetos pessoais e coletivos de cada um, de construção de seus países – e, em primeira instância e mais importante – quando extermina a vida. O saldo de toda guerra é negativo, inevitavelmente é de destruição da vida e do meio ambiente, de  roubo e mortes.

Com olhos fixos nas lentes das câmeras das TV mundiais, postado na frente dos gravadores de redes de comunicação de todo o planeta ou nas redes sociais, aquele que decide pela guerra sempre se diz imbuído das melhores intenções. A verdade só é exposta mesmo no submundo dos palácios, dos parlamentos e de organizações onde se manipula a conquista do poder na base do “custe o que custar”.

A epígrafe deste texto, uma citação do escritor uruguaio Eduardo Galeano, sintetiza o quanto toda guerra é sem sentido, desonesta, traidora e mentirosa. É, talvez, o lugar em que mais aflorem aqueles sentimentos mais pequeninos da alma humana, que se valem da máxima “os fins justificam os meios” e se transformam em terreno fértil para a insensatez e em uma insanidade que se alimenta da mentira para se justificar. Como afirma Galeano, “as guerras sempre invocam nobres motivos, matam em nome da paz, em nome de Deus, em nome da civilização, em nome do progresso, em nome da democracia”.

Dentro da guerra ou não, a pequenez de quem guarda em si o inumano, sempre vê oportunidade para de se aproveitar do sofrimento do outro, muitas vezes vê até na situação de vulnerabilidade de mulheres, momento propício para tirar proveito sexual, justamente de quem está no limite da dignidade e da sobrevivência. É, na guerra ainda temos que lidar com os aproveitadores do sofrimento alheio. É de enojar.

Século XXI e, infelizmente, estamos sendo testemunhas de várias guerras em curso no mundo, entre elas, na Síria, na Etiópia, no Iêmen, no Haiti, dos conflitos eternos na Faixa de Gaza e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia. Seja em tempos passados ou na atualidade, a afirmação de Erich Hartmann, piloto de caça alemão durante a Segunda Guerra Mundial, tão difundida hoje nas redes sociais, nunca acertou tão bem o alvo: “a guerra é um lugar onde jovens, que não se conhecem e não se odeiam, se matam, por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam.”

A sua pergunta também é a minha pergunta, Galeano. “Até quando”?

 

Escrito por:
SILENE SANTOS
Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), possui pós-graduação em Globalização e Cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Possui 23 anos de experiência em Comunicação Social e atua no Atendimento às contas públicas da Área Comunicação.

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