Sempre achei importante o debate, e nem precisa ser daqueles com moderador, pois acredito no aprendizado que ele traz, como enriquecimento do processo comunicativo.
“É melhor discutir um problema sem resolvê-lo, do que resolver um problema sem discuti-lo”
(Joseph Joubert – escritor ensaista francês)
Ouvir uma opinião diferente da minha me tira da zona de conforto, me faz olhar para outros lados, abrir minha mente, tentar compreender o outro, às vezes até ter compaixão, para entender o porquê dele pensar daquele jeito. Chega a ser fascinante!
Para mim! Você, claro, pode discordar.
Você pode achar que é perda de tempo, de energia, além de ser um caminho para a irritação e as inimizades.
Mas tudo depende de como você encara o debate. Se você acha que precisa impor a sua opinião a tal ponto que o outro, além de aceitar, mude a opinião dele, ok, mas saiba que isso não é um debate.
O debate é uma ferramenta democrática, na qual os participantes devem respeitar as opiniões uns dos outros, mesmo que ela seja diferente da sua.
E é aí que entra o ponto chave desse texto, a discordância!
Será que sabemos mesmo discordar? Acredito que temos enormes dificuldades em discordar. Desde pequenos aprendemos (alguns de nós!) a respeitar as opiniões contrárias às nossas, mas será que de fato aceitamos isso numa boa?
Como você sai de um debate no qual o seu ponto de vista é minoria e mesmo assim você não ficou convencido de que teria que mudar de ideia? Frustrado, no mínimo.
Pois é, mas não deveria.
Queremos sempre “ganhar”. Nosso ego é um vilão que vive nos pregando peças, nas quais caímos constantemente.
Não estar de acordo com uma ideia ou opinião não precisa, e não deve, representar uma ameaça para ninguém. Simplesmente não pensam como você. Só isso!
A discordância pode ser muito útil e deveríamos saber como aplicá-la na nossa rotina. Como um exercício que precisamos aprender.
Pesquisando sobre o assunto, descobri que Paul Graham, programador e ensaista britânico, ganhou fama após publicar em 2008 um trabalho intitulado: “Como discordar” – no qual ele explica que para aprender a discordar devemos entender que existem níveis diferentes de debates, que podem variar de proveitosos até desrespeitosos, que terminam em queixas e insultos. Segue abaixo a pirâmide de Paul.
Discordar, além de fazer bem para a autoestima, reafirma nossa individualidade e o modo como pensamos. E o mais importante, enriquece nossos relacionamentos e nos torna mais sociáveis.
Em tempos nebulosos como o que estamos vivendo, eu vou começar a exercitar a discordância hoje mesmo!
Concorda comigo?